• Grifo

Grifo

O grifo é considerado pela comunidade científica um modelo ótimo de espécie-sentinela direcionada para a detetabilidade do uso ilegal de venenos.

Por que o grifo é uma boa espécie-sentinela para a detetabilidade do uso ilegal de venenos?

  • É a espécie silvestre mais frequentemente localizada envenenada em Portugal e também em Espanha, estando, portanto, estreitamente associada ao objeto de estudo (i.e. venenos);
  • É uma espécie estritamente necrófaga (i.e. alimenta-se exclusivamente de cadáveres), o que faz com que esteja especializada na rápida deteção de carcaças em territórios amplos (um grifo pode percorrer mais de 100 km num só dia);
  • A sua ecologia trófica e de movimento é muito semelhante (embora cubra áreas mais extensas) à de outras aves de rapina com estatuto de conservação mais delicado, tais como o britango, o abutre-preto, a águia-real e o milhafre-real;
  • É uma ave de rapina necrófaga que, ainda que esteja protegida pela legislação nacional e europeia (Diretiva Aves), não se encontra ameaçada. Em Portugal, apresenta um estatuto de conservação “Quase Ameaçado” e, a nível europeu, o seu estatuto de conservação é “Pouco Preocupante”. Além disso, existem alguns dados recentes que indicam que as suas populações têm aumentado em número de efetivos e área de distribuição nos últimos anos.
Por que o grifo é uma boa espécie-sentinela para a detetabilidade do uso ilegal de venenos?

Grifo. Fotografia José Pereira/Palombar.

O grifo, usado como espécie-sentinela, é, assim, bastante útil na obtenção de informação
diversa e muitíssimo relevante
no que se refere ao uso ilegal de venenos.
O grifo permite detetar o uso ilegal de venenos:
  • De forma direta, através da localização de animais mortos devido à ingestão de venenos;
  • De forma indireta, por via do conhecimento do uso do espaço pela fauna silvestre suscetível de consumir iscos envenenados (principalmente espécies com hábitos necrófagos);
  • Indiretamente, pela identificação de potenciais zonas de conflito entre o ser humano e a fauna silvestre, e.g. ataques de predadores a efetivos pecuários;
  • De forma complementar, será ainda possível obter dados sobre outras ameaças para as espécies de aves necrófagas, tais como disponibilidade de alimento (em particular cadáveres procedentes da pecuária extensiva), colisão com infraestruturas (linhas elétricas ou aerogeradores em parques eólicos) e/ou outras formas de abate ilegal (e.g. abate a tiro).

Grifos. Fotografia Roberto Corvino.

Radar

A rede de espécies-sentinelas necrófagas criada no âmbito do projeto Sentinelas funcionará como um “radar” e permitirá detetar as ameaças para a fauna selvagem relacinadas com o furtivismo, como o uso ilegal de venenos, mortalidade em linhas elétricas e parques eólicos, abate a tiro e uso de laços, bem como a intoxicação por contaminantes e a escassez de alimento.
Contacte o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), caso detete alguma destas ameaças, através do número
SOS Ambiente 808 200 520.
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Sentinelas em Ação

Os 15 grifos marcados com transmissores GPS-GSM e anilhas serão monitorizados continuamente pela equipa do projeto Sentinelas. Aqui, poderá acompanhar a atividade e os movimentos dessas aves no território. Os mapas com as informações sobre os movimentos dos grifos serão atualizados periodicamente.

Partilhe informação

A partilha de informação sobre as espécies-sentinelas marcadas no âmbito do projeto Sentinelas, bem como sobre as ameaças relacionadas com o furtivismo, é muito importante e será um grande contributo para a monitorização destas espécies e para a proteção da biodiversidade, dos ecossistemas e da saúde pública.