21 Novembro 2019

Projeto Sentinelas: já há cinco grifos com dispositivos GPS

A rede de sentinelas de combate ao uso ilegal de venenos que será criada no âmbito do projeto Sentinelas conta já com cinco grifos marcados com anilhas e nos quais foram colocados dispositivos GPS-GSM.

Esta segunda-feira, 18 de novembro, a equipa do projeto Sentinelas, composta por biólogos da Palombar – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural e da Universidade de Oviedo (parceira do projeto), em colaboração com Carlos Pacheco, biólogo da Associação Transumância e Natureza – ATNatureza, marcou com anilhas sete grifos e colocou dispositivos GPS-GSM em cinco desses indivíduos.

Os animais foram marcados na Zona de Proteção Especial (ZPE) “Douro Internacional e Vale do Águeda” (PTZPE0038), área da Rede Natura 2000 onde existem importantes populações de aves necrófagas.

Com a colocação de dispositivos GPS-GSM nestes cinco grifos foi dado o primeiro passo para a criação da rede de sentinelas de combate ao uso ilegal de venenos que irá, brevemente, ser reforçada com grifos marcados noutras áreas da Rede Natura 2000.

Estes dispositivos emitem regularmente a localização geográfica dos animais e permitem que a equipa técnica monitorize, em tempo real, os indivíduos, permitindo, assim, detetar, atempadamente, potenciais ameaças para estas aves.

A rede de grifos marcados criada no âmbito do projeto Sentinelas funcionará como um “radar” e permitirá identificar não só a ameaça que representa o uso ilegal de venenos para as aves necrófagas, em particular, e para a biodiversidade, em geral, como também os riscos relacionados com a intoxicação, mortalidade em linhas elétricas e parques eólicos, abate a tiro e a disponibilidade de alimento.

O projeto Sentinelas

‘Sentinelas - marcação e seguimento de grifos Gyps fulvus como ferramenta de combate ao uso ilegal de venenos em Portugal’ é um projeto da Palombar – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural, financiado pelo Fundo Ambiental – Ministério do Ambiente e da Transição Energética e desenvolvido em território da Rede Natura 2000. Tem como parceira a Universidade de Oviedo, em Espanha.

O principal objetivo do projeto é criar uma rede de espécies-sentinelas que possibilite obter informação e combater o uso ilegal de veneno em Portugal, o qual representa um sério problema para a conservação da biodiversidade, dos ecossistemas e para a saúde pública.

Durante a implementação deste projeto, pretende-se alargar e reforçar a rede de parceiros, bem como unir esforços com vista a combater de forma mais eficaz o uso ilegal de venenos em Portugal.